O quadro representa uma paisagem do Caminho de Areia, em Massaranduba, próxima ao Largo de Roma na Cidade Baixa da cidade do Salvador, no tempo em que existiam frondosas mangueiras e casas de duas águas alpendradas característica das residências de veraneio da época. Reflexo n’Água identifica Valença com Charles François Daubigny (1817-1878), cuja obra tanto impressionaria o pintor no ano seguinte, ao longo da temporada francesa.

Muitos anos depois, em 2013, Reflexo n’Água tocaria profundamente o artista plástico baiano Ed Carlos Santana (Alagoinhas, 1980): “Reflexo n’Água sempre me emocionou. Perante tal visão de pintor, nessa obra a tarde cai. Tudo é tão solitário, tão envolvente. Um convite a meditar sobre os aspectos da vida, existência esta que passa rapidamente no vagar dos séculos, como se 100 anos se tornassem um dia. O sentimento do jovem artista, nascido em 1980 em Alagoinhas cidade natal de Alberto Valença, comprova a força de Reflexo n’Água.

SPÍNOLA, Vera. Conversando com a Pintura de Alberto Valença: Um romance biográfico. p. 41.