The Breviary
O ambiente representado é também um interior do Convento de São Francisco. Um frade lê o breviário num banco de janela. A luz da manhã reflete o ouro da arte barroca e o azul dos ladrilhos da Sala do Capítulo.
Os mais religiosos poderiam interpretar como a luz do Espírito Santo iluminando o frade num momento de oração. Mas Valença não representava símbolos. Pintava o que via. As viagens imaginárias ficam por conta do espectador. Diz-se que o Breviário é considerado por muitos, um dos quadros mais notáveis de toda a pintura que já se fez no Brasil em tema de interior. Identifica-se com o impressionismo, entretanto numa pintura imediata, sem preparo de ateliê, que é a marcante característica do artista. Pintura direta, de tantos dias quantos fossem necessários para concluí-la no próprio local.
Dentro da cena urbana, presumivelmente nos interiores encontra-se abrigo e refúgio da subjetividade. Há o interior do conforto e da autossuficiência. Há também o interior como lugar onde o indivíduo confronta-se consigo mesmo ou escapa para mundos imaginários. Um lugar abstrato onde a pintura e a literatura se encontram, e tudo é possível.
Nos interiores dos quadros de Valença, o personagem essencial é a luz vinda do exterior. Nunca deixa de ser um pintor de plein air. Captava acuradamente o encontro da luminosidade interna e externa na solidão mística dos claustros e sacristias. Convido você, caro leitor, a fazer uma visita guiada pelo Convento de São Francisco no rastro dos quadros do artista.
SPÍNOLA, Vera. Conversando com a Pintura de Alberto Valença: Um romance biográfico. p. 101 e 102.
Os mais religiosos poderiam interpretar como a luz do Espírito Santo iluminando o frade num momento de oração. Mas Valença não representava símbolos. Pintava o que via. As viagens imaginárias ficam por conta do espectador. Diz-se que o Breviário é considerado por muitos, um dos quadros mais notáveis de toda a pintura que já se fez no Brasil em tema de interior. Identifica-se com o impressionismo, entretanto numa pintura imediata, sem preparo de ateliê, que é a marcante característica do artista. Pintura direta, de tantos dias quantos fossem necessários para concluí-la no próprio local.
Dentro da cena urbana, presumivelmente nos interiores encontra-se abrigo e refúgio da subjetividade. Há o interior do conforto e da autossuficiência. Há também o interior como lugar onde o indivíduo confronta-se consigo mesmo ou escapa para mundos imaginários. Um lugar abstrato onde a pintura e a literatura se encontram, e tudo é possível.
Nos interiores dos quadros de Valença, o personagem essencial é a luz vinda do exterior. Nunca deixa de ser um pintor de plein air. Captava acuradamente o encontro da luminosidade interna e externa na solidão mística dos claustros e sacristias. Convido você, caro leitor, a fazer uma visita guiada pelo Convento de São Francisco no rastro dos quadros do artista.
SPÍNOLA, Vera. Conversando com a Pintura de Alberto Valença: Um romance biográfico. p. 101 e 102.
Technical datasheet
The BreviaryChapter Chapel, São Francisco Convent, Salvador, Bahia
Alberto Valença
Oil painting on canvas
66 x 54 cm
1930
Norma Martins’s collection