Clausura do Convento do Carmo
A tela Clausura do Convento do Carmo foi pintada em 1958, aos 68 anos de idade. Provavelmente jovem não teria feito esse mistério de silêncio, de quietude. A claridade de uma manhã ensolarada não quebra a sobriedade do ambiente. Embora o cenário esteja ao lado da rica sacristia barroca, o ouro não está presente. Escolheu a nudez sem fantasia de uma parede branca contrastando com a talha escura do teto. Pelo corredor da clausura, em perspectiva perfeita, chega-se ao clímax da cena: porta e sacada. Através dos postigos abertos visualiza-se a arquitetura colonial do bairro de Santo Antônio Além do Carmo e a torre da igreja do Boqueirão. Nada foi feito para romper o silêncio. Diz-se que o quadro traduz o diálogo entre a luz exterior e a luz interior, tema recorrente de sua obra. Foi adquirido por Armínio Fraga, avô do conhecido economista Armínio Fraga. Provavelmente, hoje pertence a um colecionador no Rio de Janeiro.
SPÍNOLA, Vera. Conversando com a Pintura de Alberto Valença: Um romance biográfico. p. 172.
SPÍNOLA, Vera. Conversando com a Pintura de Alberto Valença: Um romance biográfico. p. 172.
Ficha Técnica
Clausura do Convento do CarmoSalvador, Bahia
Alberto Valença
Óleo s/ tela
55 x 46 cm
c. 1960
Coleção particular