Coqueiros Madre de Deus
Coqueiros Madre de Deus
Em Madre de Deus, Valença desfrutou o último veraneio com a esposa Lecticia, entre 1943 e 1944, que viria a falecer logo depois. Foi um raro período de felicidade na vida do pintor. Compôs diversos poemas pictóricos tendo como cenário os recantos dessa região, então paradisíaca. 

As paisagens representadas em suas telas refletem a luz de um momento e as emoções de um poeta. Lembra-nos um comentário do pintor francês Gustave Courbet (1819-1877) acerca do impressionismo “não se compreende bem é que não se faz uma paisagem, uma marinha, ou uma figura, mas a impressão de determinada hora do dia dentro de uma paisagem, marinha, ou sobre uma figura”. Nessa tela, o efeito da luz amena sobre o solo lamacento da praia reflete uma gradação de bege e dourado sem marcas de pinceladas. A maré está baixa, mas percebe-se a fúria das ondas sobre a terra nas grandes marés, pois se formou um barranco que ameaça os coqueiros situados em plano mais elevado. Distingue-se apenas uma solitária figura humana e o traço de uma canoa na praia. Em segundo plano, a ponta de uma ilha. No horizonte, percebe-se outra ilha mais distante.

SPÍNOLA, Vera. Conversando com a Pintura de Alberto Valença: Um romance biográfico. p. 237.

Ficha Técnica

Coqueiros Madre de Deus
Alberto Valença
Óleo s/ tela
32 x 40 cm
c. 1943

Coleção particular