Deixando os espíritos da Ville Close, fomos ao velho e atual mercado de Concarneau, operado por famílias de pequenos comerciantes na venda de especialidades bretãs, pescados, frutos do mar, vinhos locais. O quadro Mercado de Concarneau pertencente ao acervo do Museu Costa Pinto, é exemplo de trabalho em pochade. Segundo Valladares, a pochade é ali exercida como composição absolutamente definida, tal como na pintura do impressionista Sisley (1839-1899). Às vezes dá a impressão de espatulagens, ou seja, de golpes de espátula. Trata-se, na verdade, de toques de pincelada grossa da matéria da tinta preparada na paleta para ser levada diretamente à tela, conforme o resultado. Pelo colorido das figuras, o Mercado de Concarneau foi pintado em um momento de sol a pino.

SPÍNOLA, Vera. Conversando com a Pintura de Alberto Valença: Um romance biográfico. p. 72.