Retrato de Claudionor
Retrato de Claudionor
Foi em 1922 que Alberto Valença pintou o retrato do afilhado, o menino Claudionor, uma obra seminal e tema do próximo capítulo. Clarival comenta que apesar de ser um quadro que apresenta certa semelhança com os recursos do impressionismo, suas características principais tenderiam mais para o expressionismo. Destaca o colorido denso e grave, sem o delineamento da imagem dentro dos cânones acadêmicos. Chama atenção para o sombreamento de extrema dificuldade de fatura e “um efeito de expressividade inusitado”. E completa: “Talvez seja o exemplo mais eloquente da pintura retratista de Valença por muitos anos. Mas para a data, 1922, e dentro do processo histórico da pintura brasileira, é de salientar a importância deste documento pictórico como um exemplo de engrandecimento”.

O pesquisador ficou tão impressionado com Claudionor que o escolheu para capa do livro dedicado à obra de Valença. O pintor nunca quis se separar do retrato do afilhado, o qual seria vítima de uma tragédia alguns anos depois.

O olhar de Claudionor transmite um misto de inocência e tristeza, acentuada pela sobriedade do colorido. Ele não está totalmente de frente por isso um lado do rosto parece iluminado e outro meio à sombra com detalhes difusos imperceptíveis em esbatimento, isto é, numa gradual redução da intensidade. A melancolia é bem evidente.

SPÍNOLA, Vera. Conversando com a Pintura de Alberto Valença: Um romance biográfico. p. 36.

Ficha Técnica

Retrato de Claudionor
Alberto Valença
Óleo s/ tela
33 x 40 cm
1922

Coleção Vera e Antônio Alberto Valença