De 1932 a 1933 Alberto Valença expôs suas telas na vitrine da renomada Galeria Georges Petit. A temporada carioca é marcada pelos retratos, como de Ana Cerqueira Lima, o do Cardeal Dom Sebastião Leme, pertencente à Irmandade do SS Sacramento da Candelária do Rio de Janeiro. Participa do Salão Nacional de Belas Artes, obtendo a premiação de medalha de prata com o Retrato de D. Ana Cerqueira Lima e Retrato de Francesco Mana.

Dona Nanã tinha um retrato de autoria do pintor Franco Sá, feito em Paris quando moça. Ela havia sido bonita e não queria se deixar retratar por mais ninguém, provavelmente para evitar encarar as marcas da velhice. Pinho conta que lhe disse: “Dona Nanã, a senhora é muito boa, gosta de auxiliar as pessoas que precisam. Há um rapaz na Bahia que tem muito talento e precisa de ajuda. A senhora não estaria disposta a auxiliá-lo?” Convencida, ela se deixou pintar por Valença na sua própria casa. Houve dificuldade em se encontrar o cenário adequado em meio às preciosidades da decoração, até que o pintor trouxe um sobretudo velho e o colocou no dorso da cadeira. Serviu de pano de fundo.

SPÍNOLA, Vera. Conversando com a Pintura de Alberto Valença: Um romance biográfico. p. 93.