Carlos Eduardo da Rocha
Conheci Alberto Valença na convivência de Carlos Chiacio nas reuniões de Ala das Letras e das Artes dirigida pelo extraordinário animador que foi o grande crítico e poeta. Chamava a atenção pela sua personalidade de homem invulgar de extrema sensibilidade, delicadeza e cavalheirismo, atraindo legião de amigos e admiradores.
Pintor da Escola Impressionista manteve-se fiel aos ensinamentos dos mestres de Paris, na Academia Julien e no Atelier de Emile Renard.
De regresso ao Brasil morou no Rio de Janeiro de 1931 à 1934, expôs no Salão Nacional obtendo medalhas de ouro e prata.
Manteve-se o mesmo pintor da atmosfera luminosa, das massas fortemente coloridas, do casario, da paisagem recortada contra céus largos e sempre azuis.
Funcionário do Museu do Estado da Bahia, dirigido por mim durante 18 anos, meu amigo desde que cheguei na Bahia, já de adiantada idade, pintou o meu retrato, aliás o último que realizou, e se justificava por não fazer uma dedicatória para não ofender outros amigos que também mereciam aquela homenagem.
Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia, justa e merecida homenagem, pela sua dedicação ao ensino e pelos numerosos discípulos que soube fazer com extrema dedicação.
O que se sabe a respeito do pintor, toda a Bahia sabe: homem de qualidade,cidadão honrado, pai de família exemplar e dedicado amigo.
Como pintor de retrato, recebeu influência de Emile Renard, seu mestre em Paris, e admirava sinceramente seu colega e amigo Presciliano Silva.
O único obstáculo que Alberto Valença enfrentou, no meu modo de pensar, foi a sua extrema modéstia e humildade injustificáveis ao artista de tanto talento.
Carlos Eduardo da Rocha